Existe no meio evangélico quase um consenso de que o divórcio e, conseqüentemente, um segundo casamento são atos pecaminosos, indignos de pessoas que declaram Jesus Cristo como Senhor e Salvador. A posição é baseada em passagens bíblicas como Malaquias 2.16, onde Deus deixa claro que “odeia o divórcio” e que este não foi o plano inicialmente estabelecido para a família. Porém, a própria Palavra do Senhor mostra que em algumas situações como infidelidade, relatada em Mateus 19, ou abandono, como esclarece 1 Coríntios 7.15, a separação é aceita e deixa a pessoa livre da condenação do pecado e do julgamento de outras pessoas.
Apesar das argumentações serem variadas, assim como as interpretações, o notório é que o tema é um tabu entre crentes e gera várias discussões. O assunto ganha mais força num momento onde o número de separações e recasamentos de evangélicos vêm aumentando em todo o mundo. Pesquisa realizada pelo Barna Research Group mostra que o índice de divórcios entre os cristãos americanos é mais elevado do que a média da parcela da população não-crente. Segundo o estudo, 27% das pessoas que declaram Cristo como Senhor já passaram por essa experiência, contra 24% dos adultos não “alcançados”. O Instituto Gallup também rastreou a vida dos casais cristãos americanos e encontrou resultado bastante parecido. A pesquisa apontou que 26% dos protestantes e 23% dos católicos já foram divorciados em algum momento da vida.
O levantamento, feito com 478 evangélicos de diversas denominações de todas as regiões do país, revelou que pessoas entre 41 e 60 anos (79%) que responderam à pesquisa estavam divorciadas. Dos crentes que não estavam casados nas igrejas brasileiras, a partir dos 30 anos, a pesquisa mostrou que 34% dos homens e 32% das mulheres estão divorciados. O estudo revelou ainda que 22% dos homens e 13% das mulheres se encontravam separados.
Ao lado das questões espirituais, e por ser uma decisão que não afeta diretamente a vida do casal, mas de toda a família, é preciso levar em conta vários fatores antes de chegar a uma decisão. Até que ponto o divórcio e o novo casamento são atitudes realmente corretas aos olhos do Senhor? Como a igreja deve lidar com essa crescente situação? O que a Palavra de Deus diz sobre o assunto? Caso existam filhos, como eles reagirão à separação?Estas são algumas das questões que devem ser feitas.